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Eu.

Todos os dias pela manhã eu fico matutando como seria a morte do meu 'eu' É, é muito difícil ser 'eu' sabe?  Porquê sou tantas dentro de um único 'eu' Não, a questão aqui não é que use várias máscaras ou tenho múltiplas personalidades É que essa responsabilidade imensa que é ministrar essa orquestra de tantos 'eus', às vezes deixa a gente meio perdido...perdido E isso deixa a gente meio sem saco pra procurar o 'eu.' central A vida segue e a gente vai inventando um 'eu' pra tudo Pra suportar a dor, Pra sentir alegria, Pra segurar a barra Faz tempo que não sei o que é ser 'eu.' Fazem anos.

Tu

De tudo aquilo que vivi, tu fostes o único. Inesquecível. Forte. Profundo.  Difícil até de transformar em poesia todas as vivências e experiências que compartilhamos. Infinitas memórias,  Intermináveis pensamentos, Desejos à flor da pele.

Um dia...

O corpo, Hoje, Partido, Sem ditados, Sem "dito". Corre livre, Pelo próprio jardim, Com ou sem floreios. O sonho, A última lembrança, Corriqueiro, Parecia estar de mudança. Tão intenso, Nem parecia a tal lembrança. O tempo foi, A mudança estacionou por alguns minutos, Porém logo foi embora e levou consigo a lembrança Agora só sou eu e o copo.

Barraca de Maçãs

Ele é o moço que ria com os olhos. O moço que vendia maçãs nas ruas, na idade média. Enquanto eu, eu era a mulher que passeava, Sempre a procura, desde os tempos remotos, por este moço. Uma rosa, um perfume que lembrava laranjeira,  E a maçã refletia o olhar dos dois. O reencontro tinha hora, e data certa. Eles tinham mesmo que se encontrar. No fim do mês, no próximo segundo, na próxima era. Ela parecia uma "parte da corte celestial", e ele a contemplava. Nos olhos dele, ela reviu uma vida, uma vida diferente das demais, era a vida deles. O amor então, ali naquela rua, na barraca de maçãs, Renascia...

Uma simples vivente

Nosso coração é um pote de amor, de raivas, carinhos, até mesmo mágoas... Essa última eu conheço bem, senti e ao mesmo tempo tive o desprazer de externaliza-la. O fato é que, só quem foi magoado sabe a dor, aquela dor aguda. Para uns ela leva um tempo pra "sumir". Não há como desculpar uma mágoa, pode até haver perdão, mas isso pode demorar dias, meses, anos... "Partilhar a dor Na chuva fria ser calor Ser a noite que se acendeu Para que a vida real não amedronte." Partilhar a dor e respeitar o sentimento, Partilhar o amor e respeitar o sentimento, a forma como se ama e é amado. Partilhar a vida, entre risos, abraços, beijos, isso é a vida, A vida que todos querem como melhor amiga,   Viveremos como 'sobreviventes felizes'. E é isso que eu desejo: que sejamos felizes, sobrevivendo e vivendo Neste triste mundo antigo, mas com a esperança de torná-lo melhor, muito melhor.

Poesias de lá...

Eu sou de longe, lá de longe. Onde a mangueira serve para descanso e seu fruto, alimento. No balanço da rede, sinto cheiro de mato e à minha frente vislumbro o sol se despedindo mais uma vez. E isso me fez lembrar dos meus tempos de menina. Pé no chão, cabelo solto, um vestido metido a rendeira e um riso inocente, correndo na estradal. De olhos fechados, sonhará com um tempo bom e próspero pro meu povo. Senti mãos calejadas e braços enrijecidos pelo tempo, me conceder um abraço acolhedor. E queria provar a toda gente que meu povo sim, é feliz e forte. No lugar de gotas salgadas escorrendo no rosto, deu-se um riso doído, mas de valor triunfal. Eu sou de lá, eu vim de lá, lá de longe.

Sunrise a dois

É manhã e o seu nome soa nos sonhos meus. Lembro-me da noite que passamos juntos, Tão perto, com um riso tímido lindo, jamais visto. Olho no olho, acariciou meus longos cabelos, E mais uma vez, me sorriu. Ele não acreditará que eu estava ali, em seus braços, Em seu ninho, para ser sua. Os lábios clamam por um beijo, e assim eu fiz, O beijei com todo o amor, o puro amor que em mim ele despertou. Ele trazia em sua alma, rasgos profundos que a vida fez. E eu guardei por muito tempo sua cura. Cicatrizei seus rasgos, um a um. Eu o amei por inteiro, por completo, Seus cabelos, suas mãos: que traziam a experiência do tempo e da vida, Mapearam todo o meu corpo, centímetro por centímetro. Caí num sono profundo, e ele, ele estava lá a me sorrir com seus olhos. Me ofertando seu amor, suas palavras, sua voz poética. E o dia nasceu mais uma vez pra nós.